Contexto
Esta prática surge da necessidade de refletir o comportamento perpetuado em sociedade, que dificultam o acesso à diversidade e inclusão, com o intuito de contribuir para a reversão das desigualdades de oportunidades enfrentadas por pessoas pertencentes a grupos estigmatizados.
Esta atividade já foi realizada como um Projeto voltado para instituições de ensino. Como uma atividade pensada a partir de estudos e números que mostram que as mulheres ou não se interessam ou se afastam das Ciências em especial das ciências exatas por conta de uma possível “ameaça pelo estereótipo” existente nas universidades, escolas e na nossa sociedade de forma geral.
Os participantes do projeto foram convidados a uma reflexão a começar pela visita a exposição seguida da participação em atividades práticas e teóricas que abordam formas de perceber e contornar possíveis ameaças pelo estereótipo advindas de diversos discursos em diferentes espaços sociais. Através do debate e diálogo entre e com os visitantes é possível pensar novas formas de agir e atuar tanto nos espaços de debates como extramuros da universidade.
Objetivos
Objetivos Gerais:
Informar estudantes, educadores, pais/mães e membros da sociedade como um todo sobre: a importância da educação não formal e da visitação a espaços que recontem parte da nossa História bem como a Biografia de pessoas que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento da sociedade como ponto de partida para entender a sociedade de forma dialógica. Mecanismos que prejudicam o acesso ao conhecimento e a oportunidades de desenvolvimento pessoal,educacional e profissional associados ao viés implícito e ameaça pelo estereótipo; Como contribuir para desfazer, ou minimizar, as consequências dos fenômenos de viés implícito e ameaça pelo estereótipo na discriminação de gênero, cor da pele e status socioeconômico, favorecendo o aumento na representação destes grupos em áreas estratégicas e essenciais da ocupação humana.
Objetivos Específicos:
Demonstrar por meio de palestras e vivências práticas o viés de preconceito social; Informar sobre como o viés de preconceito influencia a tomada de decisões; Informar sobre formas de evitar que o viés de preconceito influencie na tomada de decisões; Evidenciar a existência da ameaça pelo estereótipo e como tal ameaça prejudica o desempenho acadêmico de grupos estigmatizados; Informar medidas a serem adotadas em ambiente escolar de modo a prevenir a ocorrência da ameaça pelo estereótipo; Realizar atividades de troca de experiências de modo a contribuir para a construção do conhecimento conjuntamente entre os participantes e a equipe envolvida na execução do projeto; Proporcionar aos alunos e professores participantes da atividade, uma experiência única bem como a possibilidade de trabalhar futuramente em sua sala de aula, a temática de gênero.
Recursos educativos
Utilização de recursos: recursos audiovisuais.
Explicação e ressignificação de conceitos como: estereótipo; diversidade; inclusão; exclusão; preconceito; racismo; discriminação; machismo; feminismo; sororidade; empoderar; sexismo; estupro; feminicídio; pedofilia; desigualdade; desconstrução.
Sugestão de Filme: Escritores da Liberdade (2007) – Trailer
Sugestão de Livros:
‘Coisa de Menina’ e ‘Coisa de Menino’
Resumo: Os dois livros infantis escritos pela autora Pri Ferrari que quebram o antigo estereótipo de que existem ‘coisas de meninas’ (brincar de boneca, vestir cor-de-rosa) e ‘coisas de meninos’ (jogar futebol, vestir azul). Indicados para crianças de 3 a 6 anos, ‘Coisa de Menina’ e ‘Coisa de Menino’ explicam, com uma linguagem simples e ilustrações divertidas, que meninas e meninos têm a liberdade de escolher do que querem brincar e o que querem ser, sem estereótipos e amarras de gênero.
‘As Mulheres e os Homens’
Resumo: Uma das obras da série ‘Livros para o Amanhã’, que abordam temais atuais como gênero e política, voltada a crianças de 8 a 10 anos, o livro ‘As Mulheres e os Homens’ aborda de maneira leve, bem-humorada e acessível a importância em se discutir a igualdade de gênero, a diversidade e o respeito na sociedade.
Metodologia
1°MOMENTO / PASSO 1:
Posicionem-se na linha central e deem as mãos para os colegas ao lado. Vocês manterão as mãos dadas o quanto for possível, mas, podem soltá-las quando não conseguirem mais manter o contato.
Traremos questões sobre diferentes realidades. Se você já tiver experimentado essa realidade, execute o comando, dando um passo para frente ou para trás, conforme solicitado, podendo ser visualizado na IMAGEM 1 e 2, inseridas como cartões de comandos de perguntas da atividade.
Se a hipótese não corresponder à sua realidade, mantenha-se no lugar, não se mova.
2°MOMENTO / PASSO 2: FINALIZAÇÃO DA ATIVIDADE!
ESTAS SÃO SUAS POSIÇÕES FINAIS!
Formulário de Avaliação:
Em relação a esta atividade, por favor, responda:
1. Você conhecia o conceito de viés (ou percepção) implícita?
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
2. A atividade trouxe esclarecimento sobre vivências práticas do viés de preconceito social?
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
3. Você conhecia o conceito de “ameaça por estereótipo”?
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
4. Você conhecia o fato de que as mulheres não ocupam igualmente, em relação aos homens, todas as profissões e espaços na sociedade?
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
5. A Oficina trouxe esclarecimento sobre este assunto:
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
6. Você acha que este tipo de palestra pode ajudar as mulheres a ocupar diversos espaços na sociedade?
( ) nada. ( ) pouco. ( ) moderadamente. ( ) muito. ( ) extremamente.
Caso deseje, escreva suas críticas e sugestões no espaço abaixo:
• O que você pensou, sentiu ou percebeu enquanto executava a atividade “A Caminhada do Privilégio”?
• Algum momento te marcou? Qual? Por quê?
• A atividade influenciou de alguma maneira as ideias e concepções que você tem sobre os temas: direitos; privilégios; meritocracia e desigualdade?
• Você quer falar sobre a posição que você imaginou que ficaria em relação aos outros participantes, sobre a sua posição final ou sobre os motivos que contribuíram para essa posição?
• Você gostaria de Propor outro nome para essa “Caminhada”?
Número de aulas
Recomenda-se utilizar 2(duas) aulas ou encontro. Mas, com 2 horas consegue-se realizar a dinâmica sem qualquer prejuízo. Basta administrar o tempo em: 30 minutos para discussões iniciais dos temas destacados no início da descrição da proposta de atividade, 30 minutos para leitura das perguntas da dinâmica, e 1hora para finalização com discussões/reflexões da dinâmica e preenchimento do formulário proposto de encerramento.
Resultados
Tendo em vista todo o processo de construção, pesquisa e análise, mencionado, este Projeto de extensão universitária que visou problematizar as influências da “ameaça do estereótipo” (Steele; Aronson, 1995) na formação pessoal e profissional de crianças e jovens, além de promover a divulgação e popularização da ciência para todos os níveis.
Com período de duração de Agosto à Dezembro de 2018, a oficina foi aplicada com turmas de escolas agendadas, que se dispuseram a participar da atividade. Realizando esta oficina uma vez por mês no mencionado período, e em cada visita 40 (quarenta) alunos acompanhados de 4 (quatro) professores responsáveis. Portanto, alcançamos em nossa oficina um total de 220 (duzentas e vinte) pessoas.
Muitas vezes após a oficina, ouvíamos relatos emocionados dos participantes, que levaram à importantes debates e reflexões, que antes de realizar a atividade não sabiam dos assuntos abordados, e/ou não haviam parado para refletir.
Acreditamos no potencial de crescimento desta atividade, podendo permitir que todos tenham igualdade de acesso às todas as esferas da produção científica, e, sobretudo a tentativa de reverter à ameaça de estereótipo, para melhores promoções e desenvolvimento da sociedade, sobretudo na área educacional.
Por que recomenda?
Num mundo cada vez mais globalizado, precisamos centralizar nosso entendimento à cerca destes temas, para haver o respeito, aprendizado maior e melhor, derrubando barreiras desnecessárias. Sendo o princípio desses entendimentos necessários desde o início da educação, onde por intermédio de uma difusão mais avançada dessas e de discussões intrínsecas à esses temas, resultam numa mudança de comportamento em sociedade, vindo a torná-la mais justa e igualitária.
Considerando as demandas da nossa sociedade, em constantes transformações (BAUMAN, 2001) e atravessada pela reivindicação de projetos ultraconservadores e que representam um retrocesso à humanidade, é importante enfatizarmos às discussões acerca dos estudos à respeito da Diversidade e Inclusão com ênfase na formação de docentes.
Das temáticas da atualidade, conduzindo implicações para a atuação profissional docente interdisciplinar ou em outros espaços profissionais, a discussão da temática de diversidade e inclusão, repercute diretamente nos espaços educativos escolares e não escolares, em diferentes etapas.
A discussão deste tema manifesta características potencializadoras para o fomento de reflexões que visem à propagação dos mesmos.
A miscigenação étnica predominante no Brasil, aliada à cultura do país de fazer piada com outras pessoas, nacionalidades e gêneros, vêm trazendo situações que se tornaram motivo de atenção e preocupação de todos — e não apenas de governantes e legisladores.
Crianças e adolescentes percebem essa diversidade mais claramente na escola, onde armadilhas surgem diariamente. E a forma como vão tratar esse assunto será fator determinante na formação do caráter e do perfil pessoal.
Pais, educadores e sociedade, juntos, precisam orientar e ensinar seus filhos e alunos sobre o respeito à diversidade no ambiente escolar, por meio da convivência em harmonia com diferenças de gênero, raça, religião ou comportamento.
A intolerância manifestada em virtude de uma generalização apressada ou imposta pelo meio. O preconceito leva as pessoas a fazerem juízo de valor sem conhecer ou dar oportunidade de relacionamento, privando-as de usufruir de um grande benefício: aprender e compartilhar ideias com pessoas diferentes.
O respeito à diversidade no ambiente escolar facilita o trabalho em grupo, evita sofrimento e constrangimento, melhorando o ambiente. Além disso, facilita o trabalho dos educadores e pais, abrindo portas para um aprendizado maior e melhor, derrubando barreiras desnecessárias. Eliminar o preconceito na escola trará benefícios para toda a vida.
Um aluno que evita o preconceito interage mais facilmente, criando um círculo de relacionamentos diverso e rico, trilhando um caminho livre de barreiras. Dessa forma, essa criança terá mais tempo para se concentrar no que é importante, benéfico e construtivo.
Muito tem se falado sobre diversidade e inclusão, sendo este assunto uma pauta constante que definem objetivos e planos de ação para o futuro em sociedade.
O primeiro passo para que a escola trabalhe efetivamente essas ações é tratar a diversidade com naturalidade e não como um conteúdo específico que precisa ser estudado como uma disciplina. Uma boa instituição deve inserir o assunto com sutileza nas aulas relacionadas e em dinâmicas e momentos de descontração, para que a criança perceba que o natural mesmo é respeitar a diversidade.
Evidenciar a diferença a partir do estudo da história brasileira é essencial para que, desde pequenos, os estudantes compreendam o processo de formação da população e o privilégio de certas raças e culturas em detrimento de outras. Outros temas como imigração e conflitos entre países também podem despertar o olhar crítico sobre a intolerância.
Além disso, é importante que esse processo contínuo se relacione com outros segmentos dentro da escola.
Uma instituição preocupada com a formação cidadã do aluno preza por materiais e livros didáticos que não reproduzam situações de discriminação. O ideal é escolher obras que não tragam estigmas e valorizem as diferenças.
Quando a criança lê livros e se depara com diferentes etnias, classes sociais, pessoas com deficiências físicas ou mentais ela percebe que existem outras realidades e não apenas o padrão em que está inserida.
No meio profissional, os principais questionamentos feitos são: Como comprovar que a diversidade propicia a inovação na empresa?; Como entender que a inclusão agrega valor à regra de negócio?; E porque ações de sensibilização são tão importantes para atingir os resultados esperados?
Além de todas as justificativas acima, podemos observar como é comum que se utilize às palavras “diversidade” e “inclusão” como sinônimos. Mesmo profissionais que atuam com estes assuntos nas organizações tendem a misturar os termos. Porém, entender a diferença entre um e outro é importante para o sucesso da estratégia de atração, desenvolvimento e retenção dos mais diversos talentos na sua empresa.
Diversidade está ligada à representação demográfica. Por exemplo, qual o percentual de negros, mulheres, pessoas com deficiências, profissionais LGBTQ+ e das diferentes gerações na sua organização? Entre outras coisas, é preciso saber também se eles são representativos do ambiente em que você atua.
Resolver a questão da diversidade é um primeiro passo. Trata-se de garantir que sua organização está de portas abertas aos mais diferentes profissionais, venham de onde vierem, sejam como forem.
Inclusão é um passo além. É garantir que toda essa diversidade existente na empresa tenha chances iguais de desenvolvimento e promoção. A análise, então, vai recair sobre os cargos mais altos ou de maior prestígio. A diversidade também está presente lá? Existe um número significativo de mulheres e negros no ‘board’ ou nos quadros de funcionários nos contextos: educacional, científico ou empresarial?
Diversidade é importante, mas é a inclusão que faz a diferença. É o senso de pertencimento, a certeza de que podemos nos levar inteiros para o trabalho, que fará com que sua organização seja mais criativa, inovadora e produtiva.
Quando pensamos em Diversidade e Inclusão, isso nos remete a variados públicos como: pessoa com deficiência; LGBTQ+; gênero; etnia; religião; entre outros. Entretanto, podemos notar que todos somos diversos sob muitos aspectos: idade; cultura; vivências e muito mais.
Adaptação/recriação
Esta prática é adaptação de uma atividade de um exercício para tornar mais visível e mais palpável a distribuição desigual de privilégios em nossa sociedade, iniciado em 2015 nos EUA.
Referências
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Outras Leituras:
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Imagens
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Áreas do conhecimento
Competências gerais da BNCC
- Autoconhecimento e autocuidado
- Empatia e cooperação
- Pensamento científico, crítico e criativo
- Repertório cultural
Competências socioemocionais
Público Alvo
- Educação de Jovens e Adultos
- Ensino Fundamental 1
- Ensino Fundamental 2
- Ensino Médio
- Famílias
- Formação de professores
Excelente plano de aula!! Falar sobre a desigualdade entre gênero, cor, classe social, é importante pois faz uma desconstrução dos estereótipos que a sociedade impõe. Levar essa discussão para sala de aula é agir diretamente na formação de crianças livres de preconceitos, que respeitam os outros indivíduos e as suas diferenças. como aborda Carlos Rodrigues Brandão em seu livro” O que é a educação”: “quando são necessários guerreiros e burocratas, a educação é um dos meios que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas” (Brandão,2001. p. 11), se o mundo precisa de mais respeito às diversidades, a educação é a chave para transformar as pessoas.
Excelente plano de aula!! Falar sobre a desigualdade entre gênero, cor, classe social, é importante pois faz uma desconstrução dos estereótipos que a sociedade impõe. Levar essa discussão para sala de aula é agir diretamente na formação de crianças livres de preconceitos, que respeitam os outros indivíduos e as suas diferenças. como aborda Carlos Rodrigues Brandão em seu livro” O que é a educação”: “quando são necessários guerreiros e burocratas, a educação é um dos meios que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas” (Brandão,2001. p. 11), se o mundo precisa de mais respeito às diversidades, a educação é a chave para transformar as pessoas.
Uma boa abordagem do tema seria a relação das desigualdades nas redes tecnológicas, onde muitas atitudes misóginas, racistas, intolerantes são expressadas sem o menor pudor. Seria importante orientar as crianças sobre como ser pessoas respeitosas dentro desse ambiente virtual.